





Os caminhos da modalidade no país
Futsal olímpico: a solução dos problemas?
Foto de Marcelo Rodrigues, comentarista de futsal nos canais Sportv / Créditos: Arquivo pessoal
.jpeg)
Um dos dilemas do futsal atualmente, assunto debatido em diversos programas esportivos e alvo de polêmicas, é a questão da modalidade tornar-se um esporte olímpico. Para o jornalista especializado em futsal e comentarista dos canais Sportv, Marcelo Rodrigues, esta problemática alcança diversas proporções, com muitos fatores a serem analisados, discutidos e principalmente estudado por dirigentes, gestores e franqueados.
O futsal brasileiro ainda é muito “desigual” e precisa ser mais conectado com os quatro cantos do país. Segundo Marcelo Rodrigues, existe ainda uma “falha” de representatividade no exterior, que inibe mandatários brasileiros conseguirem elevar o nome do futsal como um todo a nível internacional, apesar de nossa seleção brasileira 5x campeã do mundo, o jornalista descreve que falta passos largos a serem tomados para a modalidade se tornar um esporte olímpico.
É necessária a criação de uma liga secundária?
“É uma tarefa muito árdua organizar o futsal em uma esfera continental como o Brasil”, afirma Marcelo, dizendo que um dos desafios maiores da modalidade no país é conseguir unificar seu calendário das equipes da Liga Nacional, com times que apenas disputam torneios estaduais. O caminho que a Liga Futsal percorre é positivo em diversos aspectos, porém, no âmbito geral do esporte no território nacional, existem lacunas que precisam ser preenchidas para profissionalizar e estruturar melhor equipes menores.
Sendo disputada em modelo de franquias, ou seja, sem a penalidade do rebaixamento, a competição é restrita e com poucas alternâncias (com exceção de mudanças de sede/nome das equipes). Para o jornalista do Sportv, a criação de uma “Liga Prata” integraria e aumentaria equipes com um poder financeiro relativamente menor, além de unificar melhor as regiões do país, este seria um dos caminhos para tornar o nosso futsal mais competitivo e atraente, visando a inserção no programa olímpico.
Além dessa questão, Marcelo é enfático ao dizer os conceitos da cobertura midiática dos esportes em geral “Todo produto bom, que vende bem, possui respaldo da mídia” e afirma que possui em mãos um “produto” em ascensão mas que sente falta de uma autocrítica geral. “O que nós precisamos fazer para melhorar e atrair a grande mídia?”, questiona, dizendo que o equilíbrio é fundamental para que se tenha entendimento do status do futsal no Brasil atualmente.
O jornalista acredita que um sistema de “acesso e descenso” dividido em ligas, facilitaria equipes de médio porte ganharem visibilidade ao participar de torneio nacionais, gerando inúmeros fatores positivos: integração nacional, revelação de novos jogadores e patrocínios.

Missão Olímpica

Missão Olímpica
Créditos: SportTv/Reprodução


Créditos: SportTv/Reprodução
Campanha promovida pela Liga Nacional de Futsal em incentivo a participação da modalidade nos Jogos Olímpicos
O debate é antigo e gera discussões com argumentos favoráveis e desfavoráveis a respeito do futsal se tornar um esporte olímpico. Como já citado por Marcelo, além do futsal brasileiro estruturar-se melhor internamente com a criação de novas ligas e um núcleo entre as franquias mais fortalecido, para o jornalista, o principal ponto a ser discutido é a falta de representatividade de dirigentes dentro COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para defender e promover o futsal diante do COI (Comitê Olímpico Internacional).
"Ninguém nunca defendeu nossa modalidade para ela ser olímpica” alerta, e comenta que é preciso que representantes demonstrem, durante o ciclo, toda competência, vantagens e principalmente qualidades que o futsal possa vir a agregar no programa e torne de fato um esporte olímpico. Segundo o profissional, é fundamental que a CBF (entidade que atualmente comanda o futsal brasileiro) consiga enviar “nomes” que representem o futsal junto à FIFA para chegar em um acordo com o COI a respeito deste assunto.
No ano de 2021, campanhas para a modalidade entrar no próximo ciclo olímpico se intensificaram. A Liga Nacional criou a #FUTSALNASOLIMPIADAS nas redes sociais e slogans nos uniformes das franquias podem ser vistos estampados nas transmissões atualmente, uma tentativa de se criar uma rede única de apoio e incentivo para modalidade entrar de vez nos jogos..
Inúmeras vantagens são apontadas por Marcelo sobre a contribuição do futsal no programa. “É um esporte extraordinário, as crianças adoram e que gera lucro sim”, responde, citando que mais de 70 países já praticam a modalidade ao redor do mundo, tornando-se quase que “obrigatória” a presença nos próximos jogos.
O processo é longo e complicado. “Se começarmos hoje, nós só vamos conseguir daqui a oito ou doze anos, pois ainda falta simbologia”, criticou o jornalista. Para ele, só frases de efeito e campanha nas redes sociais não serão suficientes, é preciso perder o medo e colocar a FIFA “contra a parede” para que com pessoas do ramo caracterizem as demandas do futsal ao resto do mundo, a fim de alcançar os objetivos traçados pela modalidade no programa olímpico.
Marcelo encerra situando que apesar dessa “falha” na comunicação, os profissionais que cuidam do futsal atualmente em nosso país estão trabalhando incansavelmente para entregar um produto com muita qualidade, buscando sempre evoluir, para quem sabe, em um futuro próximo, alcance voos maiores e o “sonho olímpico" deixe de ser uma ilusão e torne-se uma realidade.
A importância de uma visão ampla de gestão e estrutura dos prinicpais mandatários da modalidade
