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Por Dentro da
Liga Nacional

Os desafios do futsal brasileiro: uma visão interna

Com origens no Uruguai, na década de 1930, o futsal, também conhecido como futebol de salão, é uma das modalidades mais praticadas no Brasil, principalmente entre jovens nas escolas por todo território nacional. Sendo considerado o esporte com o maior número de adeptos no país, a tradição caracterizada pela modalidade proporciona um interesse público acerca de suas competições, dentre elas, sua principal atração: a Liga Nacional de Futsal.

Criada em 1996 pela CBFS (Confederação Brasileira de Futsal) no formato de franquias, assemelhando-se ao modelo americano (NBA), a Liga Futsal passou a ser chamada de "Liga Nacional de Futsal” em 2014, quando se tornou independente de sua organização (CBFS). 

 

Os desafios de gerir uma franquia dentro da competição mais importante da modalidade no continente são inúmeros. O presidente da Liga, Cladir João Dariva, ressalta que o principal desafio da instituição é manter o nível de competitividade durante o decorrer dos anos, além de uma nacionalização maior do campeonato. “Temos que tornar mais nacional nosso produto e abranger outros estados que ainda não estão conosco”, relata. Atualmente, o torneio possui equipes de apenas sete estados brasileiros, dentre eles: Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

 

Para Cladir, as dimensões continentais do país prejudicam a logística de diversos clubes, que não conseguem se firmar dentro da competição pela dificuldade com os deslocamentos que são demorados e financeiramente complicados. Segundo o presidente, a busca é constante para atrair novos investidores para que fortaleça  equipes estreantes e contemplem um cenário maior e mais amplo para a competição, principalmente com times do nordeste e do norte .

 

Campeão Mundial com a seleção brasileira de futsal em 1996, o ex-jogador e atual comentarista da TVN Sports, Sandro Falcetta (48), relata que a visibilidade na época como atleta era extremamente inferior se comparada aos dias atuais, mas cita que existe ainda muito espaço para avanços. “Desde de 1996 a Liga Nacional vêm trilhando seu caminho, com obstáculos, mas sua visibilidade segue em crescente e espero que o interesse público siga subindo’’, comentou.

 

Mesmo exaltando os números da competição, Sandro alerta que o campeonato ainda é muito dependente de terceiros (empresários e empresas), por isso, necessitam de uma visibilidade enorme para manter seus investimentos. “A nossa ideia que está incluso nesse meio é mostrar o futsal para o maior número de pessoas possíveis, para que as pessoas comecem a acreditar em nossa modalidade”, explica Sandro, lembrando que com o avanço dos streamings e canais por assinatura essa questão já está em constante evolução.

 Uma linha do tempo de conquistas 

do 1º ao 4º lugar desde o início da Liga de Futsal Brasileira, em 1996

Liga Futsal 1996

Campeão | Internacional/RS

2º Vasco/RS

3º Goiás/GO

4º GM/Chevrolet/SP

 

Liga Futsal 1997

Campeão | Atlético Mineiro/MG

2º Banespa/SP

3º ACBF/RS

4º GM/Chevrolet/SP

 

Liga Futsal 1998

Campeão | Ulbra/RS

2º ACBF/RS

3º GM/Chevrolet/SP

4º Iate/Kaiser/RJ

 

Liga Futsal 1999

Campeão | Atlético Mineiro/MG

2º Miécimo/RJ

3º GM/Chevrolet/SP

4º São Paulo/SP

 

Liga Futsal 2000

Campeão | Vasco da Gama/RJ

2º Atlético Mineiro/MG

3º Ulbra/RS

4º GM/Chevrolet/SP

Fonte: Site oficial da Liga Nacional de Futsal

“Faltam clubes do nosso futebol aderirem ao futsal para uma maior visibilidade”

  - Sandro Falcetta

 Camiseta Oficial de Sandro 

Foto: Sandro Falcetta/Arquivo Pessoal

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Foto: Sandro Falcetta/Arquivo Pessoal

Sandro (no centro da foto) quando atuava pelo Iate/Kaiser -RJ

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Os caminhos para o avanço da modalidade

O futebol é o esporte máximo de nosso país, mexe com milhares de torcedores apaixonados todos os dias, movimentando números recordes de audiência. Para Sandro, uma aproximação entre o futsal e o futebol, pode vir a ser extremamente benéfica para a modalidade das quadras, no que se refere a mobilização por parte do torcedor e o interesse midiático.

Segundo o ex-atleta, grandes camisas dos “gramados” podem e devem montar equipes de futsal, atraindo torcedores que até então não acompanhavam a modalidade frequentemente, gerando um efeito de mutualidade entre as competições. “Estes clubes entrando em nossa liga traria muito mais força, marketing e principalmente mídia para a o futsal”, finaliza Sandro, citando que entre os 20 clubes da Série A no futebol brasileiro, apenas o Corinthians possui uma equipe de futsal estabelecida na Liga.

 

Sendo o principal representante da Liga em nosso país, o presidente Cladir confirma os números de que o futsal é o esporte mais praticado no território nacional. ‘Temos muito potencial, precisamos ampliar nossas ações nas redes sociais, nas áreas de marketing, criar cursos nas escolas para incentivar o esporte também ao seu cunho social”, conta.

 

Com os jogos sendo 100% transmitidos na plataforma da TVN Sports no formato “pay-per-view” (além de alguns jogos jogos da rodada serem transmitidos e divididos entre a TV Cultura, TV Brasil e SporTv), o mandatário relata a preocupação com o acesso garantido para todos. “Em curto prazo, estamos trabalhando para diminuir esse custo e que seja acessível para as classes menos favorecidas também”, citando a assinatura de R$ 79,90 que garante o acesso a todos os jogos da Liga.

 

Afirmando que é praticamente “impossível” alcançar o futebol na questão financeira e midiática, Cladir comemora a criatividade da competição e do futsal brasileiro como um todo para se reinventar. “Buscamos sim ser o segundo esporte nacional do país, e quem sabe com a entrada de clubes com camisa do futebol, além do Corinthians, consigamos atingir esse patamar”, relata.

Sobre o estilo da Liga ser em formato de franquias, Cladir comenta os principais pontos a serem destacados, sendo que a possibilidade de se estabelecer em um cidade ou se tornar um “cigano” e mudar de sede repetidas vezes possui seus pontos positivos e negativos. “Esse processo é um facilitador para nós mantermos as quantidades de equipes que possuímos, dando alternativas para times que não consigam se estabelecer em um local exato”.

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Cladir comenta a situação de Orlândia e os desafios/exigências da Liga Nacional com as suas franquias.

Com o início da pandemia, o representante cita que a modalidade passou por um momento muito crítico, sendo assim, Cladir cita que os amantes do futsal tiveram que se adaptar às mudanças, principalmente com a entrada do streaming no final de 2019 e começo de 2020. “É um processo novo, que demanda tempo e adaptação de todos, mas melhorias estão sendo feitas para contemplar o maior número de pessoas possíveis, além de ser viável financeiramente para a instituição”, comentando o processo que levou ao acordo com a plataforma da TVN Sports para a transmissão do torneio nacional.

Em busca de novos ídolos

A preocupação de manter os melhores jogadores dentro do território nacional e se tornar um produto midiaticamente mais aceito pelos telespectadores é um ponto principal na visão de Cladir Dariva que deixou explícito a dificuldade cada vez maior de segurar atletas no Brasil e disputar contra grandes mercados europeus em ascensão.


“Nós perdemos muitos ídolos que podíamos cultivar aqui dentro em função dessa problemática, e nossa busca incessante é fazer surgir novos ‘falcões’ dentro de nosso país”, afirma Cladir que acredita que isso ajudará muito a modalidade no futuro que ainda precisará ser muito bem pavimentado, segundo o presidente.

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Sandro conta durante a ligação que prevê um futuro otimista, mas apenas se profissionais do futsal no Brasil se unirem de forma estruturada.

Sandro e um dos ídolos que ele menciona, Falcão.

Foto: Sandro Falcetta/Arquivo Pessoal

TCC produzido por João Francisco Zilli Freitas

Orientador: Anderson Gurgel Campos

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Curso de Jornalismo

Plataforma utilizada: Wix

Texto: João Francisco Zilli Freitas

Diagramação e arte: Raquel Paiva

Fotos e vídeos creditados

Trabalho sem fins lucrativos

As opiniões e conclusões expressas não representam a posição da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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